quarta-feira, 18 de abril de 2012

Velho discurso


Confesso ter ficado extremamente desapontado com o primeiro discurso do ex-Presidente Lula, recuperando-se de sua doença.
Insistiu no velho tema da desnecessidade de estudo, da desnecessidade dos diplomas e na protecção aos pobres, no entendimento dos pobres.
Muito triste em nosso Pais a desvalorizacao do estudo, do esforço de saber.
Muito triste alguem bater no peito, com orgulho, e dizer que o estudo e o esforço do estudo não são importantes.
E' o circulo vicioso do Brasil de sempre, anti-intelectual.
Ele precisaria dar um exemplo diferente, incentivar 'a boa formação e lamentar que não a tivesse tido.




Jamais fui adepto do penchant weberiano pela autoridade carismática. Acho que devemos julgar e refletir sobre acoes e discursos, sem nos esquecermos que as acoes são mediadas pelos discursos. 

No mais, com ou sem exageros, vamos aprendendo a lidar com a democracia (seus limites, virtudes e vícios). 
A questão esta' em que o ex-presidente sempre necessitou dos intelectuais, pois o saber de um homem que teve apenas o ensino pratico e técnico e' limitado. Ele esteve rodeado de intelectuais. O que ele deveria fazer publicamente seria reconhecer isso. Falar das dificuldades que teve pela ausência de estudo, que um brasileiro como ele poderia ter ido mais longe, que poderia ter ajudado mais, preservando intenções e utilizando-se do saber. 
Poderia ter apanhado um livro, durante um discurso, e mostrado a todos, citando uma ou outra passagem, mesmo para sustentar sua critica aos intelectuais (porque a maior critica aos intelectuais esta' nos textos de outros tantos intelectuais). Essa alavanca continua faltando. 

Se eu crio escolas, ótimo. Mas isso vai depender de eu dizer 'as pessoas para que servem. 

A educação e' uma caracteristica básica do humano. So' ela nos permite refazer, em vários anos de ensino o percurso dos hominídeos. Se a negarmos, destruimos o humano e temos uma sociedade sub-animal (porque o humano perdeu as referencias animais, negou-as pelo acréscimo cultural). 

Se crio universidades, preciso dizer que por meio do que nela aprendermos e ensinarmos e pesquisarmos transformaremos o mundo e negaremos a autoridade dos que nos precederam, inclusive desse eu que criou a universidade. 

Depois de oito anos de governo, e' de se esperar que o Pais esteja melhor e mudar o discurso. 

No mais, continuemos a conversa, o debate, com a paixao de querermos construir um mundo melhor e sempre nos respeitando uns aos outros.

Um comentário:

  1. Querido jovem amigo,

    Li este post, mas com dificuldade.O azul sobre o vermelho não deu um bom contraste. A critica é apropriada.Lembra as "uvas estão verdes" de La Fontaine.

    Abraços.

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