domingo, 12 de maio de 2013

República ou fim de mandato, fim do palpite

Penso que Lula deveria dedicar-se, a partir de sua recuperação plena de saúde, ao trabalho do Instituto Lula e a desempenhar uma função ou pelo menos trabalhar para a divulgação e implantação de programas internacionais para o combate 'as desigualdades e 'a miséria. Teve coragem e soube fazer isso no Brasil.
O Pais deve isso a sua Presidência. e seu partido deveria incentivar que trilhasse tal ca...minho.
O mesmo deveria proporcionar-lhe sobretudo a Presidente, que deve a ele, sem nenhuma duvida, a vitoria eleitoral.
Seu desgaste e, em razão de estar em recuperação de serio tratamento de saúde, nao servem 'a sociedade brasileira.
Acho que tivemos dois Presidentes que souberam, apesar de terem cometido erros, encaminhar corretamente a democratização do Pais.
Ainda falta muito para a plena liberdade e para diminuir, cada vez mais, as desigualdades.
Fazendo-o participar de eleições, aqui e ali, cumprir tarefas partidarias, desvalorizamos nossa democracia, pois o Presidente deveria estar desempenhando alguma atividade fora do Pais, perante organizações internacionais.
Lula deve estar acima dos debates partidários quotidianos, assim como também Fernando Henrique deveria estar.
Fica, aqui, a proposta, dirigida especialmente ao Governo.

Bom, minha esperança seria o Lula (ou o FHC) dizerem o que o Ban Ki Moon disse. Mas ambos perderam oportunidades: FHC, após deixar a presidência, encantou-se com o estilo Clinton, e passou a dar palestras sobre sua experiência política, passim; Lula (ainda haverá tempo?), prefere aparecer no programa do Ratinho, para - contra a lei eleitoral, aparentemente - fazer campanha para candidato, além de ...cantar aos quatro ventos que mensalão não existiu. Nada fizeram pelo País, pois, ao deixar a presidência, mas encaminharam projetos próprios, pessoais e partidários. Esqueceram-se que foram chefes de Estado (e não apenas veículo de programas de Governo). No caso de FHC, a agravante - lástima absoluta - foi o comprometimento de todo um programa, de toda uma biografia política no escândalo da reeleição. Para tanto, comprometeu sua neutralidade (esperada de chefe de Estado), para bancar a emenda e para se reeleger. Ficou praticamente neutro ou inerte, na disputa Serra-Lula, no que fez bem. Já Lula, a par do mensalão, que vai ser julgado, comprometeu-se absolutamente, abandonando a postura de chefe de Estado, para bancar a candidatura Dilma. Hoje, Lula, em vez de ser apoiado e valorizado, com posição de destaque internacional, é obrigado (talvez por opção errada própria - mas ninguém o adverte, ninguém o aconselha, ninguém lhe aponta outro caminho (egoístas que são seus partidários) - perde-se em proteger seus aliados, no caso mensalão, e tentar bancar candidaturas de correligionários (chamados de novos, mas que, por aceitarem tal apadrinhamento, tornam-se velhos, usuários e beneficiários de velhas práticas). Uma pena. Eu lamento muitíssimo.


"Ban Kin-Moon
O futuro que nós queremos
Faltam empregos, as lacunas entre ricos e pobres crescem. Ao mesmo tempo, há escassez de comida e recursos. Temos de conciliar economia e ambiente
Há 20 anos, aconteceu a Cúpula da Terra. No encontro no Rio de Janeiro, os líderes mundiais concordaram com um plano ambicioso para um futuro mais seguro.
Procuraram equilibrar as exigências do crescimento econô...mico e as necessidades de uma população crescente com a conservação dos recursos mais preciosos: ar, terra e água. Concordaram que a única maneira de fazê-lo era romper com o velho modelo econômico e inventar um novo. Chamaram-no de desenvolvimento sustentável.
Duas décadas depois, voltamos ao futuro. Os desafios que a humanidade enfrenta hoje são praticamente os mesmos, só que maiores.
Aos poucos, percebemos que estamos entrando numa nova era. O crescimento econômico global se combinou com o populacional, criando uma pressão sem precedentes sobre os ecossistemas. Não podemos continuar queimando e consumindo nossas formas de prosperidade. Porém, não adotamos a solução óbvia, a única solução possível hoje, como era há 20 anos: o desenvolvimento sustentável.
Felizmente, temos uma segunda chance. Em poucos dias, os líderes mundiais se reunirão de novo no Rio para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Mais uma vez, a cidade oferece uma oportunidade geracional para definir um novo rumo em direção a um futuro que equilibre as dimensões econômica, social e ambiental.
Mais de 130 chefes de Estado e de governo vão estar lá, com cerca de 50 mil líderes empresariais, prefeitos, ativistas e investidores -uma coalizão global para a mudança. Mas o sucesso não é garantido. Para assegurar nosso mundo para as gerações futuras, precisamos da parceria e envolvimento de todos os líderes, dos países ricos e pobres, pequenos e grandes.
Se eu oferecesse conselhos como secretário-geral da ONU, concentraria nos três "conjuntos" de resultados para que a Rio+20 seja um divisor de águas.
Primeiro, a Rio+20 deve inspirar um novo pensamento -e ação. Em muitos lugares, o crescimento estagnou. Os empregos estão em movimento retardatário. As lacunas entre os ricos e os pobres estão crescendo. Vemos a escassez alarmante de alimentos, combustível e recursos naturais.
No Rio, os negociadores vão se basear no sucesso dos objetivos de desenvolvimento do milênio, que têm ajudado a tirar milhões da pobreza. Uma nova ênfase sobre a sustentabilidade pode oferecer o que os economistas chamam de "triple bottom line" -crescimento econômico com aumento dos empregos associado à proteção ambiental e inclusão social.
Em segundo lugar, a Rio+20 deve ser sobre pessoas: um encontro que ofereça esperança concreta para a real melhoria no dia a dia.
As opções antes das negociações incluem a declaração de um "fome zero" do futuro: zero desnutrição em crianças por falta de alimentação adequada, desperdício zero de alimentos e insumos agrícolas nas sociedades onde as pessoas não têm o suficiente para comer.
A Rio+20 também deve dar voz àqueles que ouvimos com menos frequência: mulheres e jovens. As mulheres sustentam o peso de metade do mundo, merecem tratamento igualitário. E os jovens são o rosto do nosso futuro. Estamos criando oportunidades para os quase 80 milhões que vão entrar no mercado de trabalho a cada ano?
Em terceiro lugar, a Rio+20 deve convocar para uma ação: não desperdiçar. A mãe terra tem sido boa para nós. Façamos a retribuição da humanidade, respeitando seus limites naturais.
Como muitos dos desafios são globais, exigem uma resposta global. Não é o momento para brigas superficiais. É momento para os líderes do mundo e seus povos se unirem no propósito comum em torno de uma visão compartilhada de nosso futuro: o futuro que nós queremos.
BAN KI-MOON, 67, diplomata sul-coreano, é secretário-geral da ONU"

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